Perdes-te na névoa da noite, diluis-te em sombras de castanheiro e lambes as feridas, dás sossego ao coração lá, nesse teu refúgio de conchas, de mar, de azul-turquesa. Nesse lugar não há ninguém, apenas tu e os sonhos a que te entregas e em que te embalas. Lá nada dói, não há dúvidas, conflitos, voltaste ao útero, ao cálido oceano que te sustém e onde te guardas. Nunca trouxeste esses sonhos para a luz do dia e, por isso, quando regressas àquilo que para ti é a vida corres, corres sem parar, como se pudesses encher de pressa esse vazio que te fica. Sabes que não; e os sonhos sem a vida vão desbotando e a vida sem o que sonhas fica apenas um espectro de transparentes promessas.
Maria João Saraiva
Nossa, Beth, que bonito!
ResponderEliminarBeijos!