depressa, digam-lhe que
não durmo e que estarei
no telhado entristecida a
desbotar ao sol
incomodando os pássaros cada vez menos (...)
perguntem-lhe por mim e
se pode vir
para recolher o
meu corpo no fim
só bulido pelo vento
e se o vento é conjunto
de pássaros invisíveis ou seres
tão claros , escondam que sou
cruel, que fico a debulhar
anjos como flores para saber
se bem ou mal me quer (...)
meu amor inventado
ainda assim tanto demoras
quantas vezes te inventei
ao pé das
águas do lago e
imaginei que me empurravas
ladeira abaixo
para enfim
morrer de amor (...)
terás de perdoar a
tristeza do meu corpo, ele
não entende o que estou
a fazer
e se alguma vez me
vires nos teus sonhos
sacode-me a terra ao coração (...)
e faz-me sempre assim,
empoleirada nos telhados
a enganar os girassóis (...)
abençoo-te para sempre
e é assim que morro, corajosa
a escrever um livro de
amor sem chorar
O resto da minha alegria, Valter Hugo Mãe
empoleirada nos telhados
ResponderEliminarno lugar dos pássaros!
um beijo
manuela
Minha menina de estimação
ResponderEliminarAcabada de chegar de Roma, vim extasiar-me com este milagre da arte musical, pretexto para o amor oculto, platónico aos ouvidos de quem escuta, um primeiro amor talvez,que cresce no silêncio, como um grito sufocado.Quem nunca o sentiu? A música e o poema de valter hugo mãe integram na perfeição, esta moldura exemplar com que brinda o leitor.
Beijinho e parabéns, Elisá!