E foi assim que a visita à senhora passou a fazer parte da minha rotina. Eu aparecia e ela recebia-me. Sem excesso de cortesia ou familiaridade. Nunca percebi se me esperava ou se, pelo contrário, se lembrava de mim apenas quando escutava o batente soando pela mão da minha criança.
Passávamos as tardes na biblioteca. A senhora sentada na sua velha poltrona e eu num sofá ou no chão, quando queria ficar mais perto do lume. Não falava muito. Tantas as tardes em que não trocáramos palavra. Eu lia e ela olhava. Às vezes olhava-me. Eu sei, porque sentia um leve peso na nuca. Ternura. Curiosidade. Rancor. Sim, estou em crer que houve momentos de rancor liquefeito no seu olhar. Mas nunca, nem nesses pretensos momentos, me senti intrusa naquela casa. Nunca.
Ainda não me tinha apercebido de que, aqui decorria um conto em episódios. Como a leitura é absolutamente deliciosa, fico à espera do resto.
ResponderEliminarUm beijo
Li tudo, Elisabete.Estou cheia de curiosidade para saber como a narradora vai continuar a história. Nunca sei se a narrador é a autora, quando a leio e isso apraz-me, porque tenho a certeza que a menina tem muito da elisá.
ResponderEliminarPara já há uma menina deslumbrada e em crescimento e uma viscondessa com curiosidade e algum rancor. Porquê???
Fico a aguardar...
Beijinho
Pois é, Elisabete, parece que vem aí algo com outro fôlego. Sou mais um a aguardar com ansiedade...
ResponderEliminarBeijo :)