Digo-te adeus e como um adolescente tropeço de ternura por ti
Alexandre O’Neill
Escolhi um desses vestidos de Verão de que tanto gosto, mas que tu nunca me viste usar. Soltei o cabelo que os dedos da aragem não tardaram a despentear. Caminhei descalça na noite e, saltando de estrela em estrela, cheguei a um lugar que não sei. E que importa que não saiba, se o lugar é um pretexto, se o lugar és tu?
Despojei-me da raiva, da mágoa, do desengano e deixei somente a tristeza e a memória dos dias felizes. Tu dormias e eu fui um ladrão na noite. Com passos de veludo, aproximei-me e pousei-te um beijo na face. Talvez, no sono que dormias, o tenhas sentido como uma brisa muito doce. Talvez, quando a manhã chegar, encadeando de luz a noite que tanto amo e temo, retenhas a sensação dessa leve doçura que, por um instante vestido de eternidade, te arranhou o coração. Olhei o teu rosto cego para o que sou e, de mansinho, como cheguei assim parti.
Um dia serás para mim uma memória vaga e distante. Talvez me ria das lágrimas que verti por um amor primeiro. Talvez se conserve a memória das mãos, nunca o saberei, mas o coração vai-se vestindo de gelo e indiferença.
Vai em paz. Eu serei um viajante na noite e vou amparar-me nas estrelas, constantes e eternas, como o amor que um dia me prometeste.
Sensibilidade, que tanto gosto de absorver.. Senti esse viver, a brisa, o toque piano, o despojar da mágoa, as memórias... foi como se mergulhasse nalguns dos meus poemas apresentados agora num vestido em prosa, numa prosa deliciosa, adjectivada com o coração.
ResponderEliminarGostei muito.
Beijinho
Fique em paz, pois certamente a escrita apazigua-a.Sensibilidade encantatória nesta prosa bem poética.
ResponderEliminarDepois de uma ausência tão prelongada voltas com toda a graciosidade.
ResponderEliminarTenho a sorte, a alegria e a honra de te conhecer pessoalmente, de te chamar amiga, mas tenho a certeza que quem lê estas palavras acaba por te conhecer tanto quanto eu. As tuas palavras são tão profundas e tão transparentes!
Um beijinho à Eli, uma estrela nas noites da minha vida!
Diana C*
É tão bom regressar a esta escrita que, mesmo na contrariedade, transpira sensibilidade e suavidade a rodos. Ah, Elisabete, que bem que trata as palavras!
ResponderEliminarBeijo :)
JB,
ResponderEliminarSempre gentil no incentivo... um beijinho grande
Gracinda,
ResponderEliminarA sua presença já se me vai tornando muito querida e necessária. Obrigada por tudo.
Diana,
ResponderEliminarUm beijinho a ti, que me tens ensinado o valor inestimável da amizade.
AC,
ResponderEliminarAinda bem que veio, sabe? A sua ausência já me pesava.
EA:
ResponderEliminarescrita sensível...foi fácil visualizar o quadro.
gostei mt.
beijo
tens algo à tua espera no Em@