terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Um nome...

Um nome. Elisabete. Tão seu… E todavia, aquela sensação de estranheza quando ouve esse nome, quando se ouve, pelos lábios de alguém. Ou até nesses outros momentos em que, baixinho, tão baixinho que não saberia afirmar se o pensou somente ou o disse de facto, decompõe o nome, o seu nome, em sílabas, letras, sons, decompõe até ao infinito, até à estranheza da palavra, a estranheza de si, a magia de se ver no mundo e de se espantar com isso. Elisabete… Sou eu. É ela, quero eu dizer, porque, mesmo que ela seja eu, hoje quero ver-me de fora.
"Não sei que pacto se estabelece entre a pessoa que somos e o nome que nos deram: o nome, como o corpo, é nós também." (Aparição, Vergílio Ferreira)

5 comentários:

  1. Não poderia ter reflectivo de forma mais feliz sobre a relação entre o nome e nossa verdadeira identidade.Mas estas reflexões são para os que são"mais que a besta sadia/cadáver adiado que procria".Lembra-se destes versos?

    Eu sou Isabel, Elisabete!

    ResponderEliminar
  2. E como poderia esquecer?
    Há palavras que marcam uma vida. Fernando Pessoa foi um achado, uma revelação, uma descoberta, um encontro...
    Há dois anos, a professora Isabel(aqui fica um beijinho muito grande para si, professora!) falou-me de si, ou melhor, falou-me da beleza das palavras que cultiva (mas, para aquem ama as palavras, não são elas o retrato mais fiel do que se é?).
    Eu sou a Elisabete, Isabel! Sou pequenina, mas quero tanto crescer! Um grande bem haja. Há tanta magia nos olhos estranhos que nos lêem, na alma que nos espreita...

    ResponderEliminar
  3. Não posso de forma alguma precisar ou intervir na avaliação que fazes de ti própria quando foges do corpo e tentas iludir a alma para veres a Elizabete de fora...
    Mas posso escrever àcerca da forma como eu, dentro de mim e nas minhas mais plenas capacidades, te vejo a ti doce "Eli Eli"...

    Vejo te com a fragilidade que qualquer força gostaria de ter e admiro te como a eternidade admira o mais breve dos instantes...

    "Do outro lado da rua, tão pequena e magrinha caminhando com a leveza dos seus cabelas escuros, confundia-se facilmente por entre a escassa multidão que corria nos passeios de Coimbra naquela manhã... Mas eu via de outra forma... Pois a minha precepção já não me deixa ver de outra maneira... Via a imensidão da sua grandeza... Pois é assim que vejo os meus amigos.. Grandiosos na sua existência.

    Chamei a pelo seu nome
    ELIZABETE

    E ela respondeu!"

    É este o pacto que aos meus olhos (rizonhos segundo a tua apreciação!) se estabelece entre a pessoa que somos e o nome que nos deram!
    D*

    ResponderEliminar
  4. "PORQUE EU SOU DO TAMANHO DO QUE VEJO E NÃO DO TAMANHO DA MINHA ALTURA".

    Pequenina e magrinha?Que importa,se a "obra nasce" quando o "homem sonha", Elisabete?

    ResponderEliminar
  5. Mas o sonho é grande, a alma imperfeita e eu aqui estou, algures entre o que sou e o que desejaria ser.
    Sou pequenina porque me vejo de fora e tantas vezes não me basto.

    ResponderEliminar