Fecho os olhos e, como se segredasse, pronuncio uma palavra, qualquer palavra. Esqueço o significado, a memória a que faz apelo, o recanto da alma onde a enquadro. Faço-a voz somente e apercebo-me de uma nova forma de a olhar, ouvindo-a. A palavra como som.
Alguém comentava, há muitos anos, a beleza de uma palavra em particular. Didascália. Nos tempos que se seguiram, dei por mim debitando baixinho todas as palavras que me assomavam à ideia. Nunca me esqueci.
É esta a razão de ser do nome deste blog. Não há nela uma simbologia, uma revelação, um compromisso ou relação de sentido… Apenas a suavidade de uma palavra que cobicei em segredo, como se cobiçam as coisas belas com que gostaríamos de adornar a nossa alma imperfeita. Apenas a suavidade de uma palavra que me vai soando… Apenas isso.
Tinha questionado o sentido da palavra para além da definição do dicionário, hoje desvendaste o segredo... "apenas a suavidade de uma palavra que me vai soando."
ResponderEliminarConfesso que "Didascália" me tinha intrigado.
ResponderEliminarGostei da explicação.
Curioso,quando vi o nome do blogue achei interessante a escolha do nome, mas nunca me debrucei a pensar na razão pela qual tinha escolhido essa palavra, talvez porque a empregue vezes sem conta nas aulas. Hoje adquiriu um significado novo, uma dimensão poética que desconhecia.Didascália...dália,Lia, Dia, tanta música e significado numa palavra que também já me "vai soando"...
ResponderEliminarAcho que a minha Matilde veio colher uma das suas flores, Elisabete! Já pensou no quanto bem soa o seu nome?
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