Fecho os olhos e, como se segredasse, pronuncio uma palavra, qualquer palavra. Esqueço o significado, a memória a que faz apelo, o recanto da alma onde a enquadro. Faço-a voz somente e apercebo-me de uma nova forma de a olhar, ouvindo-a. A palavra como som.
Alguém comentava, há muitos anos, a beleza de uma palavra em particular. Didascália. Nos tempos que se seguiram, dei por mim debitando baixinho todas as palavras que me assomavam à ideia. Nunca me esqueci.
É esta a razão de ser do nome deste blog. Não há nela uma simbologia, uma revelação, um compromisso ou relação de sentido… Apenas a suavidade de uma palavra que cobicei em segredo, como se cobiçam as coisas belas com que gostaríamos de adornar a nossa alma imperfeita. Apenas a suavidade de uma palavra que me vai soando… Apenas isso.