sábado, 13 de agosto de 2011

À meia-noite, há uma menina que aprende a andar de bicicleta. E o som da campainha do guiador, riso fresco de criança, insinua-se através da janela, aberta, porque é uma noite de Verão e o calor.
No tempo em que os anos me cabiam nas mãos, também eu. O cesto da bicicleta branca que haveria de ter quando crescida estava repleto de flores que pedalavam rua abaixo numa liberdade feita de vento no rosto, loucura sem tino. Quando crescida, pensou ser devaneio de menina. Sonho aguardado, sonho relegado. Sonho que não cabe, afinal, em tempo algum.

Quem salvaria o mundo esta noite? Foste tu quem te escolheste, pois eu pensei que quisesse falar de amor.

3 comentários:

  1. Um sonho aguardado é o contrário dum sonho guardado, vejo-o a desabrochar. Brota, como flor abrindo de semente criada a des_ab_rochar…
    Não é estranho abandonar-me ao poder evocativo das palavra; vejo-te a sorrir, beijada pelo vento…

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  2. Resta-nos a lua cheia, a pupila cega da noite, com seu sol intempestivo e branco, para dissuadir as sombras. Olho-a de frente. A noite. É ela que não me vê. Decerto tem medo de mim, que, invisivelmente a habito. Embora existir dentro dela faça tanto ruído.

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  3. Olá.
    Para um comum mortal como eu, seria mais fácil de tivesses o famoso "Gosto" debaixo dos teus textos.
    Conta um para este. =)*

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